No início deste ano, o Al-Ahli venceu o Al-Hazem por 1 a 0 na segunda divisão da Arábia Saudita. O jogo passou despercebido pelo resto do mundo. É uma história diferente agora.
Essas duas equipes iniciam a nova temporada da Saudi Pro League diante de um público internacional, após uma janela de transferências dominada por contratações de grandes nomes e grandes ofertas por Lionel Messi e Kylian Mbappe.
Eles podem não ter tido sucesso em conseguir aquela dupla de superestrelas, mas muita coisa mudou – incluindo o número de times de 16 para 18 – em uma liga que agora está atraindo a atenção mundial e que será exibida no Reino Unido pela plataforma de streaming DAZN.
A liga abalou o jogo global neste verão com sua campanha de recrutamento em massa. Para aqueles que são novos nisso tudo, aqui estão os grandes pontos de discussão para a próxima temporada.
A corrida pelo título da Liga Saudita
O Al-Ahli é um dos 'Quatro Grandes' da Arábia Saudita, juntamente com o Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Nassr, que foram adquiridos em junho pelo mesmo Fundo de Investimento Público (PIF) proprietário do Newcastle United.
Seguiram-se grandes contratações, com Roberto Firmino, Riyad Mahrez, Edouard Mendy e Allen Saint-Maximin juntando-se aos tricampeões das principais equipes da Premier League.
O Al-Ahli, o único time dos quatro grandes sem compromissos na Liga dos Campeões da Ásia nesta temporada, tem muito talento, mas não será nada fácil tirar o título do rival de Jeddah, o Al-Ittihad.
Os Tigres foram o clube com maior apoio na última temporada, com uma média de mais de 40.000 torcedores. Sob o comando do técnico Nuno Espírito Santo, sofreram apenas 13 gols em 30 jogos e marcaram 60. Nuno ainda é técnico e agora tem Karim Benzema, N'Golo Kante, Jota e Fabinho para contar.
O maior problema para o ex-técnico do Tottenham Hotspur e do Wolverhampton Wanderers pode ser mantê-los todos felizes. Já existem rumores de que o melhor marcador da época passada, Abderrazak Hamdallah, está descontente por ocupar o segundo lugar atrás de Benzema.
O vice-campeão Al-Nassr deu início ao fluxo de talentos com a contratação de Cristiano Ronaldo, mas desde então atraiu mais talentos de ponta para Riad. Sadio Mane veio do Bayern de Munique, Marcelo Brozovic, visto pela última vez como capitão do Inter de Milão na final da Liga dos Campeões, é outra grande contratação junto com Seko Fofana do Lens e Alex Telles do Manchester United.
O Al-Hilal terminou em terceiro, em parte porque estava competindo em muitas frentes: chegando à final da Liga dos Campeões Asiáticos e da Copa do Mundo de Clubes e vencendo a Copa do Rei. A equipa de maior sucesso na Arábia Saudita, com 18 títulos nacionais, nomeou Jorge Jesus para uma segunda passagem no comando e contratou Kalidou Kalibaly do Chelsea, Sergej Milinkovic-Savic da Lazio e o antigo capitão dos Wolves Ruben Neves, com o médio português já a mostrar a sua criatividade talentos na pré-temporada.
Isso se soma a uma equipe já repleta de internacionais sauditas que ajudaram a vencer a Argentina na fase de grupos da Copa do Mundo do ano passado, como Salem Al-Dawsari, Mohamed Kanno e Yasser Al-Shahrani. Hilal tem um talento especial para se recuperar e encontrar maneiras de vencer.
Também haverá muito interesse em Ettifaq, com Steven Gerrard tentando ressuscitar sua carreira de treinador na cidade de Dammam, no leste, depois de ser demitido pelo Aston Villa no ano passado. A contratação do capitão do Liverpool, Jordan Henderson, foi uma declaração importante. O Ettifaq teve um pouco de sorte ao terminar em sétimo na temporada passada e teve dificuldades para marcar. Moussa Dembele deveria ajudar com isso. Um resultado entre os seis primeiros e uma corrida na Copa do Rei seriam um sucesso.
Goleiros e atacantes locais
Todos os clubes começaram a temporada passada com um estrangeiro no gol. Esta temporada será semelhante, levantando questões sobre as perspectivas dos goleiros locais.
O número um do Al-Hilal é Abdullah Al-Mayouf, que não jogou na Copa do Mundo, embora seu substituto no clube, Mohamed Al-Owais, tenha jogado.
No Al-Nassr, Nawaf Al-Aqidi substituiu o lesionado David Ospina, ex-Arsenal, e parecia sólido. O seleccionador nacional, quem quer que venha após a saída de Hervé Renard em Março, espera que os dois joguem regularmente.
O novo treinador terá preocupações semelhantes em campo, com mais talentos ofensivos vindos do exterior, deixando pouco espaço para os locais.
Abdullah Al-Hamdan foi a próxima grande esperança quando se juntou ao Al-Hilal em 2021, mas o jovem de 23 anos teve pouco tempo de jogo e parece que isso acontecerá novamente.
Fique de olho em Firas Al-Buraikan. Ele teve o mesmo problema, mas trocou o Al-Nassr pelo Al-Fateh há dois anos e marcou 17 gols na temporada passada, o quarto maior total da liga; ele foi o único nome saudita no top 10.
Mudanças gerenciais?
“Certamente temos um treinador de classe mundial representado pela lenda inglesa Steven Gerrard e jogadores ilustres e, portanto, todos os olhares internacionais e internos estarão voltados para nós”, disse o novo presidente da Ettifaq, Samer Al-Mishal, em julho. "Devemos proteger a reputação do clube."
Tradicionalmente na Arábia Saudita, os treinadores vêm e vão rapidamente em clubes grandes e pequenos, com Ettifaq fazendo mais de 30 mudanças desde a virada do século.
Três ou quatro jogos sem vitórias geralmente trazem pressão e especulação. Ettifaq demitiu um treinador na temporada passada causou poucas ondas fora de Dammam, mas agora o resto do mundo estará assistindo e debatendo. Os clubes serão tão implacáveis com a atenção internacional?
Há muitas camisas amarelas de Ronaldo à venda em Portugal, mas ele não é a única razão pela qual os fãs e a mídia de lá estarão atentos.
Há seis treinadores portugueses no comando, incluindo as três melhores equipes da temporada passada. Nuno juntou-se a Jorge Jesus no Al-Hilal e Luis Castro no Al-Nassr. A pressão está sobre os três.
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