O peso-médio sugeriu que as opiniões dos atletas não significam nada para a organização, que está preocupada somente com a ação dentro do octógono.
Não é de hoje que o UFC e o seu presidente, Dana White, são alvo de críticas dos lutadores, dos fãs e da imprensa especializada em MMA. Ocorre que nos últimos anos essas queixas se tornaram mais frequentes e os motivos são os mais diferentes possíveis.
Desde o casamento das lutas, passando pelo pagamento de bolsas, muito inferiores aos atletas do boxe, questão do patrocínio nos shorts, pesagem, enfim, várias discussões colocam a organização em destaque.
Em entrevista ao The MMA Hour, Jorge Masvidal falou sobre a relação dos lutadores com o Ultimate, indicando que as queixas e opiniões do elenco não significam nada para a diretoria.
“Nossas opiniões não importam para porcaria, você sabe. Tipo, para os uniformes, para muito do pagamento, muitas coisas, nossas vozes não importam”, disse Masvidal.
“Tudo o que importa é que nós entramos lá e chutamos o traseiro de alguém, isso é tudo que importa. Tudo se resume a lutadores, a única raça como nós são outros lutadores.
O ex-desafiante ao título do peso-médio acredita que muito se deve a falta de coletividade dos atletas, que segundo ele são muito individualizados.
“Os lutadores são muito individualizados. Se todos pudéssemos nos reunir e expressar nossas opiniões como um só, esses contracheques que veríamos apenas aumentariam, (...) mas os lutadores são criaturas muito individuais, você sabe, estamos todos batendo no peito dizendo que não precisamos de ninguém”, acrescentou Masvidal.
Essa posição individualista foi vista recentemente com Francis Ngannou. O campeão dos pesados está com problemas com a organização. Recuperando-se de lesão, Francis não resolveu sua pendência com o Ultimate, o que deixou seu futuro incerto e agora flerta com eventos de boxe.
O Predador convocou os lutadores que procuravam apoiá-lo para se posicionarem, mas não teve a resposta que gostaria.
Falta sindicatos
A formação de um sindicato de lutadores já foi abordado em mais de uma ocasião, mas não foi para frente, inclusive o posicionamento de nomes como a campeã do peso-galo Julianna Peña não são nada otimista quando o assunto são os membros do UFC trabalhando juntos.
“Eu não sei se isso vai acontecer. O que nos torna especiais também é uma das nossas maiores quedas. ‘Subi aqui sozinho’. Essa é a mentalidade de muitos lutadores, e não é necessariamente uma coisa ruim, mas para algumas coisas nós temos que trabalhar uns com os outros”, afirmou Masvidal.