O Royal Racing Club de Bruxelles foi um clube de futebol belga fundado em Bruxelas.
À priori, foi criado como um clube de atletismo, contando com inúmeras outras modalidades esportivas mais populares no país. O time de futebol veio a surgir apenas em 1894, como Racing Club de Bruxelles.
Em seu primeiro ano, o time jogou apenas de forma amistosa. Entretanto, a popularidade ascendente do futebol na Europa e o iminente surgimento de campeonatos nacionais, levaram o RC Bruxelles a ascender como time profissional.
Em 1895, é criada a Real Associação Belga de Futebol, que veio a desenvolver o primeiro campeonato da Bélgica (hoje conhecido como a primeira divisão “Pro League”). A união também se torna, futuramente, membro fundador de grandes associações europeias, como a UEFA e a FIFA.
O RC de Bruxelles se torna um dos sete clubes a estrear o primeiro campeonato belga, de 1895-86. O primeiro campeão da liga é time FC Liégeois.
Apesar do debute vitorioso, é o RC de Bruxelles que lidera nos primeiros anos, se tornando vencedor por quatro anos seguidos consecutivos (entre 1900 e 1903). O time acumula um total de seis títulos em todo o campeonato.
Os primeiros anos do clube foram marcados sob grande popularidade. Se tornou um dos maiores nomes em toda a história do futebol belga, devido à quantidade de títulos e sua performance positiva nas partidas.
Em 1912, a liga da Bélgica inaugura sua primeira copa, a Copa da Bélgica. Após alguns anos sem vencer o campeonato nacional (a última vitória tendo sido em 1908), o RC de Bruxelles se torna o primeiro campeão da copa. Infelizmente, essa teria sido sua última vitória.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, os campeonatos e eventos de futebol ficaram suspensos. Nessa fase, os times foram congelados em seus respectivos posicionamentos, até o momento em que a retomada fosse possível.
Em 1921, o RC “muda” de nome, passando a se chamar Royal Racing Club de Bruxelles.
Com o retorno das atividades, o Royal de Bruxelles falha em manter o desempenho satisfatório das temporadas pré-guerra. O clube se torna o primeiro time fundador a sair da primeira divisão, a qual ocupou por 25 anos.
Um ano após o rebaixamento, o Royal consegue voltar diretamente à primeira divisão – naquela época chamada Divisão de Honra (ou Elite) – e lá se mantém por quatro temporadas. No entanto, o time não recupera o posicionamento superior dos antigos anos, terminando sempre na metade inferior dos rankings.
Eventualmente, o Royal decai de posição e volta a compor a segunda divisão (então chamada Divisão 1). Em 1932, dois anos após o rebaixamento, consegue retornar à Divisão de Honra, mas decai novamente em 1934.
O time não consegue se classificar para a elite nacional por muitos anos. Não apenas isso, ainda é rebaixado para a terceira divisão (então chamada Promoção), em 1937. Fica na divisão por uma temporada.
Em 1938, consegue ser promovido, mais uma vez, para a Divisão 1, onde fica por quatro anos, até se classificar, finalmente, à Divisão de Honra, em 1942.
Infelizmente, os dias do Royal na primeira divisão estavam contados, e o time é rebaixado novamente para a segunda, apenas um ano após a promoção.
Esse período de “sobe e desce” do RRC ficou marcado em sua história como “Fase elevador”. Foi um período de muita tensão sobre um time que era tão popular, até histórico.
Além da fase, a própria Bélgica passava por seus problemas. O período de oscilação do Royal foi também um período entreguerras.
Mesmo com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o futebol belga foi suspenso por apenas duas temporadas (1939-1941). Isso também explica os quatro anos que o Royal passou “congelado” na segunda divisão.
Após a guerra, a liga decide desconsiderar os rebaixamentos ocorridos nos anos anteriores, e considerar apenas as promoções. Por isso, o Royal consegue voltar à elite sem muito esforço.
Seus dois primeiros anos na primeira divisão são positivos, mas os cinco seguintes são bem insatisfatórios. Em 1952, o Royal termina a temporada em penúltimo lugar, e é rebaixado para a segunda divisão - que passa a se chamar Divisão 2.
Após dois anos, consegue alcançar a primeira divisão novamente, mas aquele seria a única e última temporada entre a elite do futebol belga.
Nos anos seguintes, o Royal oscila bastante entre as segunda e terceira divisões.
A questão de 1963 (e o surgimento do Royal Racing White)
Em junho de 1963, o Royal, então na terceira divisão, ganha um novo membro administrativo, o rico empresário Emile Michiels. Além disso, Michiels também se torna membro do pequeno clube RFC La Rhodienne e compra a maior parte das ações de um outro time, o White Star – tornando-se proprietário deste.
Após grande discussão sobre a patronagem e responsabilidade dos clubes, é decidida a operação de fusionar o Royal e o White Star. A partir daí, é iniciado um processo um tanto quanto complexo para que alguns padrões fossem alcançados.
Cada time na liga era regido por um número de matrícula – muitas vezes associado à ordem de fundação dos clubes, mas nem sempre. No Caso do Royal, o time possuía o número 6, enquanto o White Star e o Rhodienne possuíam 47 e 1274 respectivamente.
Para não ceder um número de matrícula tão histórico, nem perder a posição do White Star registrada na liga, foram feitos alguns trâmites, um tanto quanto criticáveis. Isso envolveu uma mudança de nomes e, assim, tudo que eles carregam. Observe:
1º processo:
- RRC de Bruxelles (nº. 6);
- White Star (nº. 47);
- Rhodienne (nº. 1274) – passa a se chamar SC St-Genesieus-Rode.
2º processo:
- RRC de Bruxelles (nº. 6) – passa a se chamar RFC La Rhodienne;
- White Star (nº. 47);
- SC St-Genesieus-Rode (nº. 1274).
3º processo:
- RFC La Rhodienne (nº. 6);
- White Star (nº. 47);
- SC St-Genesieus-Rode (nº. 1274) – passa a se chamar RRC de Bruxelles.
*O Royal de Bruxelles, então com matrícula de número 1274, pede seu rebaixamento para as fases provinciais.
4º processo:
- RFC La Rhodienne (nº. 6);
- White Star (nº. 47) – passa a se chamar Royal Racing White;
- RRC de Bruxelles (nº. 1274).
Agora sob número de matrícula 47, o Royal Racing White assume o que seria o seguimento dos dois antigos times.
Ainda em 1963, o então La Rhodienne (nº. 6) passa a se chamar K. Sport St-Genesius-Rode.
Após duas temporadas na segunda divisão, o RR White se classifica para a primeira, onde fica até 1973. Nesse mesmo ano, o clube se funde com o Daring Club de Bruxelles – também fundando em 1895. A nova fusão resulta no clube chamado R.W.D. Molenbeek, vencedor da temporada de 1974-75.
No meio de toda a troca de nomes, transição de números de matrícula, o Royal Racing Club se perde. O time de 1895 fica para a história do futebol belga, como um dos seus grandes pivôs.
Atualmente, os times ocupantes dos números de matrícula da troca de 1963 são: KFC Rhodienne-De Hoek (nº. 6), Racing White Daring de Molenbeek (nº. 47), já o número de matrícula 1247 é removido dos registros em 1985.
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